A Arquitectura e eu ♥️
No dia 29 de Outubro de 2016 fui a uma conferência onde ouvi um dos meus grandes mestres a discursar. O Eduardo Souto de Moura citava o Fernando Távora dizendo que “tanta beleza pode matar”. Esta ideia ficou-me no pensamento e, até aos dias de hoje venho pensando que nós - arquitectos, com a missão de tornar o mundo mais bonito estamos em vias de sermos mortos ou de matarmos! Que realidade tão paradoxal! Passo a explicar....
Numa sociedade onde o arquitecto é encarado como um diletante, cujos serviços são requisitados exclusivamente quando as burocracias assim o obrigam, e na maioria dos casos com uma remuneração indigna, onde está o espaço para a beleza? Será que ainda é possível chegarmos a esse Éden de Távora ou estaremos resignados a sermos os tarefeiros da sociedade? Será que temos espaço para criar livremente... livremente mesmo, como o faz um estudante do primeiro ano do curso de arquitectura cuja ação é quase ilimitada?
No exercício das minhas profissões eu tento manter a frescura e a mente aberta para evoluir juntamente com o tempo… ter a sensibilidade de percepcionar a sociedade e as suas necessidades. Se na Universidade é-me dada a oportunidade de ser parte activa na formação das novas gerações de Arquitectos, no gabinete tenho a oportunidade de incubar ideias, amadurece-las e lançá-las ao mundo! Posso-me esforçar cada dia para ser mais e melhor, mas no final os meus clients são os árbitros… e não há nada que pague o sorriso na cara de alguem que nos diz: “era mesmo isto”, “eu não sabia explicar, mas acertou no que eu gosto”! É gratificante e uma benção ser feliz a trabalhar! Já lá vão 16 anos… mas se tudo correr bem, muitos mais virão!
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